As aventuras da Tareca
A minha gatinha Tareca tem várias características próprias, pessoais e intransmissíveis.
Uma das suas qualidades é a de estar sempre repimpada em cima do livro ou do objecto que naquele momento por alguma razão precisei.
Se preciso de consultar um código, é limpinho, lá está a Tareca curtindo uma preguicite aguda em cima do dito; se preciso de me deitar, claro que a Tareca está em cima da minha cama fazendo cara de poucos amigos às minhas tentativas de a enxotar; se quero ir buscar qualquer coisa ao meu saco de viagem é certo e sabido que a bichana estará dentro do saco a curtir uma soneca.
Há poucos dias, ia guardar o portátil e dei com este panorama:
Ora digam lá se isto não é mesmo um agudo sentido da oportunidade...
5 comentários:
Tenho a confessar que quando a gatinha olhou para mim com aqueles olhos verdes irradiando estupefacção e revolta por eu tentar retirá-la do quentinho em que estava - travei a fundo e pensei "ora, ora, arrumo o portátil depois, que agora o estojo está ocupado".
Por essas e por outras a Tarequinha faz o que quer e eu não passo de um seu amigo relapso, mas o que é facto é que ela é sem dúvida uma gatinha feliz.
E dá-me provas do seu tremendo afecto por mim todos os dias - é impossível resistir a tanto charme.
Dizem que o Santo Agostinho utilizava sardinhas como marcador dos livros que estava a ler. Será que o 100anos também utiliza essa técnica, e daí o hábito da Tareca? Primeiro ela come o marcador, e depois senta-se no código. Não me quer oferecer a pata da sua Tareca para o meu Pitufo?
Tenho um problema chato com a Tareca: está feita uma medricas tremenda, no Alentejo desata a gritar num aflitivo alarme cada vez que um gato aparece no nosso pátio.
Dantes a bichana tirava-se de cuidados, rosnava e enxotava galhardamente os gatarrões que andavam a rondar, desafiando a concorrência, mas agora está uma mariquinhas do caraças.
Estou a ver que tenho de a levar ao psicólogo...
Eu gostava de ajudar a sua Tareca, mas não sou psicóloga.
Pois, Teresinha, a minha Tareca está feita uma "fidalga", como diz a empregada cá de casa.
Tenho esperança que o Verão lhe faça bem; na nossa casa alentejana ela tem mais liberdade, pode conviver com outros felinos e é dona e senhora do espaço.
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