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quinta-feira, dezembro 01, 2005

Gatinho literato

Ora vejam bem o que me havia de calhar na rifa: tenho um gatinho que gosta tanto do Gabriel Garcia Marquez como eu, e gosta de tal modo que salta para a estante e aí se deixa ficar ao pé das obras do Mestre - aqui na foto ao lado escolheu "O veneno da madrugada", só para me chatear, porque sabia que eu ia tirar uma fotografia e gostava que ele desse um pouco mais de atenção aos "Cem Anos de Solidão".
"Ah, é para esse blog nefando que andas a congeminar ?", terá miado, "então contenta-te com esta singela fotografia, que eu não tenho pachorra para mais."
E ainda por cima, se repararem, o raio do bichano faz um focinhito de algum desdém, não se digna mirar a câmara e ainda por cima é menino para logo a seguir vir pedir comidas ou petiscos variados, como se nada se tivesse passado; eu acho que ele lê às escondidas as obras pecaminosas que constam na minha biblioteca...

4 comentários:

LUA DE LOBOS disse...

que encanto de gato!!! lindo de morrer... e ainda por cima com um excelente gosto de leitura... adorei vir ao teu blog e vou ficar visitante fiel ::)
xi
maria de são pedro

100anos disse...

Gosta de gatos, Maria ?
Eu pensava que não gostava até ao dia em que fui literalmente "adoptado" por um gatinho minúsculo que saltava para o meu colo e ronronava de tal maneira que só um coração de pedra poderia deixar de se derreter.
A partir daí o gatinho passou a ser meu companheirinho inseparável.
A a qualquer hora do dia ou da noite em que eu esteja sentado ao computador ele pode aparecer, ora metendo-se comigo directamente a puxar-me o braço para a brincadeira, ora prantando-se matreiramente em cima do livro de que eu vou precisar a seguir.
Se for à cozinha lá estará ele à porta esperando um petisco.
Este gato é uma descoberta.
A forma como me "adoptou" e como desfez as minhas reservas anti-felinas deixou-me banzado.
Um dos hábitos dele é justamente passear-se pelas minhas estantes, deixando-se fotografar nas proximidades de alguns clássicos (quando está bem disposto).

Cleopatra disse...

Esse gato será egípcio?

Ni disse...

Sorri ao ler/ver este post!
...

Sempre gostei de gatos!

Dizem as más línguas de alguns amigos(as) /familiares, que 'Nina Maria' (eu) é uma meNINA felina.

Talvez porque na minha adolescência e juventude (no tempo dos dinossauros, portanto... risos...) gostava da tranquilidade do campo, onde solidão era palavra que abraçava como sinónimo de paz... para ler e escrever.

Cá em casa vive uma felina de 4 patitas, com um comportamento bastante semelhante ao que descreve neste post. Gosta de livros. (Será que sentem o odor das palavras, dos afectos 'ali' fechados, à espera que alguém os liberte através da leitura?).

E a gata cá de casa, que me adoptou (aproximei-me da ninhada... e fiquei à espera de ser 'escolhida'...) segue-me pela casa toda (ou serei eu que a sigo a ela? Hum...)e é perita em obrigar-me a fazer pausas no trabalho, deitando-se ostensivamente sobre o teclado do computador.
...


Definitivamente... gosto de gatos!

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.

Poema "Gato que brincas na rua", de Fernando Pessoa.

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