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quinta-feira, agosto 19, 2010

Interferências governamentais na justiça

(...)
Passos Coelho tem razão quando acusa o Governo de ter interferido na Justiça.
O Governo tem de explicar quais os imperiosos motivos que impeliam a continuação do vice-PGR, Mário Gomes Dias, após a data em que se deveria ter jubilado. Tem de indicar, com a prontidão que até agora ocultou, quais as razões tão impreteríveis que coagiam a alteração do próprio Estatuto do MP através de uma lei com um destinatário imediato e definido. E o Governo tem de confirmar se considera virtuoso, recto e avisado que esse mesmo magistrado, para o qual, pelos vistos, se movem montanhas políticas e legislativas, seja o autor da ordem de conclusão do inquérito ao caso Freeport para 25 de Julho, uma data que não cedeu sequer um mês aos investigadores para analisarem o relatório final da PJ (recebido a 21 de Junho), com 535 páginas, quando ainda aguardavam resposta a quatro cartas rogatórias, e, sobretudo, inutilizando a inquirição de José Sócrates, entre outros.
(...)
Carlos Abreu Amorim, Diário de Notícias

3 comentários:

jama disse...

Tenho para mim que falar de política com outro fim que não seja meramente jocoso, é pura perda de tempo (porque nada se altera) e de feitio (porque nos irritamos e, dessa forma, acabamos por ficar piores pessoas).

100anos disse...

O problema, caro Jama, é que frequentemente as questões políticas estão ligadas a outras questões que a homens de bem dizem muito, como a honradez, a honestidade e a seriedade.
No dia em que desistirmos de debater valores como esses, estamos a desistir de nós próprios - é um preço demasiado elevado a pagar só para não ter chatices.

jama disse...

Tem razão 100anos. Aliás, o que esses senhores querem é que aqueles que não concordam com eles não os chateiem. Mas quando vejo um político apelar à indignação, à manifestação, à revolta, etc., e o povo não lhe ligar nada, vejo nessa passividade uma atitude inteligente, por tantas vezes ter sido enganado com revoltas que a única coisa que trazem é a mudança de sujeitos, mas não de políticas ou de atitudes.

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