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sábado, dezembro 23, 2006

Nem "sim" nem "não", antes muito pelo contrário

Sempre me impressionou a paixão, a carga emocional que aparece invariavelmente nos debates sobre o aborto.
Sente-se que os partidários do “sim” odeiam os partidários do “não” e vice-versa - enfim, poderão não odiar-se formalmente, mas mostram uma enorme repulsa pelos do “outro lado”.
Não comungo das certezas de nenhum dos lados.
Tenho muita pena da mulher que decide abortar – é uma opção dramática desde logo para a própria mulher, provavelmente também o será para o seu parceiro e mesmo para a família alargada de ambos.
O aborto é uma desgraça.
Sinto-me razoavelmente enojado pela apropriação desse drama por parte das formações políticas, que friamente contabilizam o seu sucesso ou insucesso eleitoral em função dos números dessa desgraça.
No dia do referendo o mais provável é não ir votar – prefiro abster-me a dar um voto de confiança a quem explora dramas humanos como forma de fazer política.

4 comentários:

Cleopatra disse...

Como explicar?...
No dia do referendo... vou votar?

Não sei.
Sinceramente ainda não sei onde fico como cidadã.
Sei onde estou como mulher.
Mas nem sempre estou da mesma forma...
Faço um post sobre isto e aí tento explicar.
Como Juiz?
Limitar-me-ei a apreciar os factos do caso concreto e aplicar a lei.
Um beijinho e um bom Natal!

100anos disse...

Obrigado pelos votos.
Desejo-lhe igualmente um excelente ano de 2007, repleto de poesia, de beleza e de vontade de bem fazer.

Cleopatra disse...

E não quer deixar os votos lá cleopatra?'

100anos disse...

Com certeza, vou já lá colocar os meus votos - só não coloquei antes porque não me pareceu especialmente relevante, mas se para si isso tem alguma importância, é para já !

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