Relendo Steven Saylor
É um gosto reler este autor, que se está a tornar num clássico.
As descrições cheias de imaginação que faz da Roma clássica, as análises dos personagens, tudo repassado de uma sólida cultura clássica, levam a que se leia Steven Saylor com uma atenção especial.
Volta e meia faz uma alusão vaga que pressupõe que o leitor também tem alguma cultura – por exemplo, uma referência quase irrelevante de uma certa Clódia ao “tempo das Sabinas” pode levar à conclusão sobre o tipo de família patrícia a que pertence (in casu, é descendente do ramo dos Cláudios que por razões de conveniência política fizeram o nome reverter para Clódio – só a história destes Cláudios dava para um volume interessante e prenhe de detalhes).
Saylor descreve-nos uma sociedade em que os muito ricos convivem com os remediados e todos com a pobreza extrema e principalmente com o fenómeno da escravatura.
No “Lance de Vénus” descreve-se um panorama em que os escravos estavam muito baratos e eram tratados como coisas mais ou menos rentáveis: se um escravo ficasse doente mais valia deixá-lo morrer e comprar outro...
Se um escravo por mero acidente presenciasse uma cena incómoda para o dono, este poderia livrar-se dele e vendê-lo para as minas – ser escravo numa mina era o penúltimo degrau da escravatura, onde a morte prematura e rápida era uma quase certeza – o último degrau era, decerto já o adivinhou, ser escravo nas galés.
Saylor desenvolve um enredo em que uma capitosa Clódia, sensual, provocadora e... rica, resolve empregar os seus dotes de deusa erótica no bom do Gordiano, detective de meia idade, casado e pai de filhos, que fica derreado cada vez que a outra o envolve no seu perfume.
Convenhamos que não devia ser brinquedo enfrentar os ataques erotico-punitivos da bela patrícia e ao mesmo tempo desvendar o crime em que ela parece estar envolvida.
As descrições cheias de imaginação que faz da Roma clássica, as análises dos personagens, tudo repassado de uma sólida cultura clássica, levam a que se leia Steven Saylor com uma atenção especial.
Volta e meia faz uma alusão vaga que pressupõe que o leitor também tem alguma cultura – por exemplo, uma referência quase irrelevante de uma certa Clódia ao “tempo das Sabinas” pode levar à conclusão sobre o tipo de família patrícia a que pertence (in casu, é descendente do ramo dos Cláudios que por razões de conveniência política fizeram o nome reverter para Clódio – só a história destes Cláudios dava para um volume interessante e prenhe de detalhes).
Saylor descreve-nos uma sociedade em que os muito ricos convivem com os remediados e todos com a pobreza extrema e principalmente com o fenómeno da escravatura.
No “Lance de Vénus” descreve-se um panorama em que os escravos estavam muito baratos e eram tratados como coisas mais ou menos rentáveis: se um escravo ficasse doente mais valia deixá-lo morrer e comprar outro...
Se um escravo por mero acidente presenciasse uma cena incómoda para o dono, este poderia livrar-se dele e vendê-lo para as minas – ser escravo numa mina era o penúltimo degrau da escravatura, onde a morte prematura e rápida era uma quase certeza – o último degrau era, decerto já o adivinhou, ser escravo nas galés.
Saylor desenvolve um enredo em que uma capitosa Clódia, sensual, provocadora e... rica, resolve empregar os seus dotes de deusa erótica no bom do Gordiano, detective de meia idade, casado e pai de filhos, que fica derreado cada vez que a outra o envolve no seu perfume.
Convenhamos que não devia ser brinquedo enfrentar os ataques erotico-punitivos da bela patrícia e ao mesmo tempo desvendar o crime em que ela parece estar envolvida.
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