Blog que trata dos livros, da leitura, da música e da reflexão política e social.


terça-feira, janeiro 30, 2007

Ler e blogar

Quando me propus escrever qualquer coisa à medida que ia lendo livros tencionava ir registando uma listagem mais ou menos rigorosa do que ia lendo.
Estou a chegar à conclusão de que isso não é fácil.
Já estou com 2 ou 3 livros de “atraso” no blog e acho que essa tendência se vai acentuar.
Primeiro, porque às vezes um livro até pode ser interessante mas não suscitar reflexões dignas de serem escritas.
Segundo, porque mesmo quando se quer escrever qualquer coisa e se têm algumas ideias, frequentemente falta tempo – quando finalmente há tempo, já disponibilidade não é grande até porque já se está a meio de outro livro.
Finalmente porque há livros tão maus que não justificam sequer um registo.
Para não falar daqueles livros que são tão esquisitos, tão esquisitos, que a gente nem sabe o que deve pensar.
Moral da história: continuo um devorador de livros mas sou um crítico/blogger algo frustrado.
Paciência.
Há dramas piores. :):):)

4 comentários:

Anónimo disse...

Olá!
Vou ler os "Capitães de areia" de Jorge Amado, podia dizerme alguma coisa para me convencer de que vale a pena lê-lo?

Ni disse...

«Finalmente porque há livros tão maus que não justificam sequer um registo.»

...

Consegues ler até ao fim um livro destes, que consideras 'mau'?
...

Quando era jovenzinha e teimosa -com o passar dos anos passei a ser 'persistente' ;) - pensava que se alguém tinha escrito um livro ou realizado um filme... era porque tinha algo a transmitir e, ainda que me parecesse tremendamente mau, estoicamente fazia questão de atravessar a linha da 'meta'... não desistia.
...

Hoje continuo a não desistir - sorriso grande - mas já há muitos anos que não leio um livro 'mau'. (E leio vários simultaneamente, sou leitora compulsiva...)

É engraçado como os livros, na minha vida, 'me escolhem'. A sério!

Continuo a ler os incontestavelmente 'grandes'... mas, frequentemente, um excerto que passou pelos meus olhos, fazendo voos de desafios à minha vontade, leva-me até novos autores... novos ritmos, odores, tonalidades e sobretudo... silêncios.
Porque o silêncio com que se emolduram as palavras, num livro, é tão, mas tão importante!

Gostava que escrevesses mais sobre os livros que lês.

Partilha!

Tens um modo tão próprio, tão pessoal de te exprimires, que é muito bom ler-te.
...

Abraço

Ni*

100anos disse...

Olá Nieves, seguramente que vale a pena ler os "Capitães da Areia". Não te posso adiantar sobre ele senão generalidades, pois já o li há muito tempo.
É seguramente para mim um prazer ser lido por uma nuestra hermana interessada pela cultura lusófona, especialmente numa altura em que autores castelhanos me estão a impressionar muito positivamente.
Querida Ni, os maus livros impõem-se pela falta de qualidade, mas estou a caminho de formular um postulado sobre eles: quase não existem, são muito poucos.
Digo isso porque raramente deixo um livro a meio, assim que me lembre na minha "carreira" de leitor deixei a meio não mais de uma dúzia de livros.
Como leio muito (especialmente à noite, na cama, hábito que tenho desde miúdo) estou constantemente a esgotar as minhas reservas literárias e a reler livros - aliás desenvolvi uma técnica de leitura à primeira vez já a contar com a releitura, sobre a qual falarei num post autónomo.
Bom, mas o que é facto é que a míngua regular de coisas para ler leva-me a reler alguns livros, em especial aqueles que não li completamente, indo então por vezes descobrir qualidade onde antes nada de especial tinha descortinado.
Obrigado pelo interesse, sim, vou continuar a escrever alguma coisa sobre as minhas leituras - está na calha um post sobre o livro de Ildefonso Falcones, "A Catedral do Mar", que gostei muito de ler e que já referi em post anterior.
Depois desse já li mais dois livros e estou a devorar o terceiro, sobre os faraós do Egipto antigo.

Ni disse...

"A Catedral do Mar"...
não conheço.

Vou esperar pelo post :)

A releitura acaba por não o ser.
Cada vez que lemos um livro 'somos' diferentes, porque o nosso momento é determinante em tudo. Logo, quanto a mim, é sempre a primeira vez. E é interessante quando lemos 2 ou 3 vezes um livro 'pela primeira vez' (tal como quando vemos um filme, ou ouvimos determinada música). Pormenores até aí presentes, mas que os nossos sentidos não estavam preparados para decifrar.... surgem... como segredos a que de repente se tem acesso.

Concordo com a tua anunciada teoria de que quase não há livros maus. Por vezes há, sim, leitores com olhos nublados...

O ler na cama, à noite... parece-me que conheço esse... ía dizer hábito, mas é mais, muito mais do que um hábito... é uma forma de vida. A mim tem-me valido muitas horas retiradas ao sono, pela incapacidade de parar a leitura... mas são horas de vida, sem dúvida.

Ni*

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