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segunda-feira, março 16, 2009

Pai

Se há coisa que me deixa com pele de galinha é a frase “já não tenho pai” ou “já não tenho mãe”.
Eu continuo a ter pai e mãe, embora ambos já cá não estejam.
Este post da Saphou comoveu-me e trouxe-me lembranças.
A morte do meu pai e mais tarde a morte da minha mãe foram para mim momentos de hecatombe, de caos tal que é difícil explicar.
O senhor meu pai faleceu em Janeiro e eu mergulhei numa onda de horror e angústia da qual só acordei 6 meses depois, em Julho, a fazer longas passeatas de bicicleta à beira mar.
Continua a acompanhar-me quase diariamente – e não estou a exagerar rigorosamente nada.
Habituei-me a pensar nele só com o imenso amor que lhe tenho e já não com a angústia e a sensação de perda.
É curioso, hoje já não tenho grande sensação de perda, porque frequentemente me sinto acompanhado por ele, a sua voz ressoa na minha cabeça e quase tenho a sensação de que se olhar para o lado vou ver o seu semblante calmo e carinhoso.
Eu não posso dizer que “já não tenho pai” - sempre o tive e sempre o terei.

2 comentários:

Ni disse...

Este post, meu caro 100... (aqui apetece-me chamar-te 'COM'... com a lucidez dos afectos levada ao extremo...) eu aplaudo-o de pé!

...

És uma pessoa muito bonita, 100!

É uma honra ser tua amiga. (Sim, eu não separo real de virtual quando de amizade se trata, porque o que sinto... sinto. E gosto de ti como de um amigo querido...)

100anos disse...

Obrigado, Ni.
Que palavras tão bonitas.

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