Canção para uma Amiga triste
Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Enquanto houver estrada para andar
7 comentários:
Vá lá, minha querida, tira a mão do queixo, não penses mais nisso...
Yes, darling, é mesmo contigo.
Belo presente para uma amiga...
...
É uma canção que canto, muitas vezes, enquanto conduzo.
É quase um hino...
Este espaço está com mais ar... parece que se abriu uma janela.... gosto :)
É, Ni.
A minha amiga tem de compreender que enquanto houver estrada para andar, é preciso continuar.
Obrigado pela elogiosa apreciação do novo visual do blog; não sei se já acabei o processo de transformação, mas já tenho quase a certeza de que no futuro não será muito diferente do que está agora.
Aborrece-me um bocado estar dependente daqueles "templates" pré-fabricados, por isso aproveitei as possibilidades do novo "blogger", acrescentei-lhe um cheirinho de "webdesign" e o resultado é este.
«Enquanto houver ventos e mar»
...
Lindo!
...
Diz à tua amiga que uma outra amiga lhe diz que parar é estagnar na tristeza, é habitar na não-solução`. É preciso continuar, mesmo. É ao caminhar que a estrada se faz...
Lembrei-me daquela canção . 'Vem, vamos embora que esperar não é saber... quem sabe faz a hora, não espera acontecer...'
...
(Viciante, esta canção. Não me apetece sair daqui... e bom, este diálogo... como quem partilha sorrisos e a solidariedade própria de quem sabe que é na partilha que nos acrescentamos...)
Mais uma vez certeira, Ni.
A canção brasileira que citas chama-se "Para não dizer que não falei das flores" e tem uma história linda: foi apresentada pela primeira vez ainda em plena ditadura, sendo que a canção é claramente contra a ditadura; estava-se num grande auditório cheio de gente, mas o censor brasileiro mandou cortar o som, retirando ao autor da canção, Geraldo Vandré, o microfone e a amplificação.
Geraldo continuou a cantar, acompanhado apenas pelo seu violão acústico e o público, em delírio, acompanhou o refrão ("Vem, vamos embora...") - a canção tornou-se num "ex libris" da canção brasileira anti-fascista e mais tarde tornou-se numa bandeira internacional - cantei-a e toquei-a bastantes vezes, rodeado de amigos e amigas com os olhos brilhantes de emoção, solidariedade e companheirismo.
Pode-se ver mais informação sobre tudo isto aqui.
Um abraço cheio de flores... para não dizerem que não falei das flores !
Boa tarde!
O poeta José Agustín Goytisolo escrebeu uma bela poesia intitulada "Palabras para Julia" que canta o cantor Paco Ibáñez. Podem ouvi-la no Youtube. Refere-se ao mesmo. Continuo a gostar das canções deste blog.
Ai que suspiro....profundo
Só não gosto do visual..
quer dizer... não está de acordo...ou melhor... lá me habituarei!
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